Vivemos todos os dias como num BIG BROTHER, muitas vezes sem nos dar-mos conta.
Senão, vejamos alguns exemplos do dia-a dia:
Somos filmados na via pública, nomeadamente pelos radares; vamos a uma loja ou levantamos dinheiro numa caixa Multibanco e somos filmados pela câmara de vigilância; no trabalho os que estão autorizados a utilizar a internet mesmo para fins particulares muitas vezes inibem-se de fazê-lo, sob pena de terem a sua vida devassada, pois fica tudo registado; a Via Verde regista as portagens onde passaste; os cartões de fidelidade de lojas registam os nossos gostos e hábitos, permitindo inferir sobre nós uma série de coisas; a menos que guardes o teu dinheiro debaixo do colchão, o teu gestor de conta ou qualquer funcionário do banco consegue ter acesso a uma série de informações sobre ti: quanto ganhas, onde trabalhas, no que gastas o teu dinheiro, os teus hábitos, gostos; recebemos facturas detalhadas em casa que são autênticos relatos da nossa vida; um exemplo pessoal é o facto de no trabalho ter de passar torniquetes usando um cartão com chip que regista a minha hora de entrada e de saída, se passo para ir ao w.c, hora de almoço...blá blá...no Open Space onde trabalho fico sentada a um metro de distância (se tanto) do colega do lado, o que não permite qualquer privacidade....enfim, são imensas as situações em que estamos mais expostos do que o desejável. E é bom não esquecer que o direito á privacidade é um direito reconhecido na Declaração dos Direitos do Homem e na constituição. É um pilar indispensável e basilar da dignidade Humana, que não é mais do que o direito à liberdade, decidir se queremos ou não expôr a nossa vida.
Para "ajudar à festa" Cavaco Silva promulgou ontem (dia 25/8/09) a Lei do Sigilo Bancário, que permite ao Fisco aceder às nossas contas "privadas" sem consulta prévia dos titulares, bastando para isso um contacto com o banco.
Com esta promulgação, o acordo com o banco UBS prevê que os bancos da Suiça possam divulgar os nomes dos titulares de contas no país, para evitar fugas ao Fisco. Os bancos devem também informar o Fisco sobre transferências para off-shores. Outra situação é a tributação a uma taxa especial de 60 por cento, dos acréscimos patrimoniais injustificados superiores a cem mil euros.
Mas o que nos levam a crer é que tudo isto é para o nosso bem e para que nos sintamos mais seguros, para caçar situações ilícitas...e a verdade é que inconscientemente e sem nos darmos conta, aos poucos lá vamos abdicando de mais um pouco da nossa privacidade, facultando dados privados para acesso a cartões de fidelidade com supostas vantagens e descontos; o conforto de não parar em portagens; a segurança de não andar com dinheiro na carteira...etc, etc...o que não falta são boas razões impingidas.
A Tecnologia é uma benção, representa o progresso, mas também potenciou em muito o uso abusivo dos nossos dados pessoais, que nós próprios facultamos e dizemos "façam o favor de entrar" sem ser preciso assaltarem-nos a casa!
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A propósito de privacidade, lembrei-me das experiências que estão a ser feitas com o implante de chips em seres humanos (o verichip é um bom exemplo).
ResponderEliminarhttp://en.wikipedia.org/wiki/VeriChip
Lembremos:
"E a todos, pequenos e grandes, ricos e pobres, livres e escravos, marcou-os com um sinal na mão direita ou na fronte. E assim, quem não tivesse o sinal, o nome da besta ou o número do seu nome não podia comprar nem vender.".
Citação do Apocalipse, capítulo 13, parágrafos 16 e 17.