
No dia 30 de Agosto fui à Quinta da Regaleira ver "A Tempestade de William Shakespeare", encenada pela Companhia de Teatro Tapafuros, com tradução de Fátima Vieira e encenação de Rui Mário. Em cena na Quinta da Regaleira, em Sintra, de 2 de Julho a 13 de Setembro.
Quinta a sábado às 22h00
Domingo às 21h00
Aconselho vivamente! Para quem gosta de Teatro e para quem não gosta, heis uma boa oportunidade para começar a gostar...é um conceito completamente diferente, Teatro Volante, que vos vai surpreender.
Para quem conhece a Quinta da Regaleira e para quem não conhece...visita obrigatória...A Quinta é LINDA, um cenário idílico, cheio de magia...agora imaginem caminhar pela Quinta à noite num espectáculo volante!!!! Muuuuuuuuuuuito Sainete!
«A MATÉRIA QUE NOS COMPÕE É IGUAL À DOS SONHOS»
"Convidamos a embarcar rumo a ilha perdida
em cabo finistérreo, frondoso ...
a Regaleira transformada em cenário único nesta
terra, para a função que Próspero nos prepara
e oferece: O espectáculo do homem face
à natureza, a impotência daquele face à grande
Mãe.
Igualmente o compêndio das fraquezas humanas,
o descalabro moral em terras de ninguém, longe
do olhar que julga e condena. É um novo mundo,
um admirável novo mundo que se nos apresenta
aos olhos. Mas são os mesmos homens,
demasiado humanos, os que nele se perdem ...
A magia está no ar, correndo célere entre
o arvoredo, as ondas, os cumes rochosos.
Surpreende os meros mortais, altera-lhes
os passos, desvenda caminhos que nunca
poderiam ser imaginados.
Que A Tempestade comece ! "
Rui Mário
Que A Tempestade comece !!!
No início os actores simulam o naufrágio que dá início à narrativa da peça. Após a encenação do naufrágio fizemos uma caminhada nocturna pela Quinta com actores a expressarem-se guturalmente, camuflados no meio das plantas e da escuridão, a imitar sons de animais selvagens, pássaros, sons assustadores. Claro que nós público e caminhantes reagimos ora com expressões de susto, ora riso, incitados pelos grunhidos, começámos nós próprios a fazer sons também, aumentando ainda mais a sinfonia nocturna e aquele clima de mistério.
Por fim chegámos a uma arquibancada de madeira onde nos sentámos e onde se desenrolou o resto da peça. O chão à nossa frente representava a praia onde estavam os náufragos, a parte de cima a caverna onde Próspero vivia.
A Tempestade é tradicionalmente considerada a última peça escrita por Shakespeare, três anos antes da morte do dramaturgo..
Esta peça conta a história do Rei de Nápoles que manda o seu irmão, Sebastião e o seu Vassalo Gonçalo, organizarem um golpe de estado contra Próspero, Duque de Milão, e oferece o Ducado ao irmão deste, António. Próspero e a sua filha, Miranda, são poupados à morte por Gonçalo, que os abandona no mar com um bote e um mapa dos mares.
Chegados a uma ilha que se tornará a sua casa, Próspero conhece Ariel, um espírito, a quem pede que desencadeie uma tempestade para se vingar dos seus inimigos, que passam ao largo da ilha vindos do casamento da filha do Rei de Nápoles, com o Rei de Tunes. Todos naufragam e Fernando, o herdeiro do trono de Nápoles, apaixona-se por Miranda. Próspero castiga-o, mas ao tomar consciência do amor dos dois jovens, desiste da vingança, retomando o Ducado.
A tempestade é uma história de vingança e de amor.
Já tinha visto na Quinta da Regaleira uma outra peça, também encenada pela companhia Teatral Tapafuros - "A Folia" e ADOREI, daí ter tido vontade de repetir a experiência com outra peça "A Tempestade" e ter gostado bastante. Contudo, penso que esta encenação da "Tempestade", poderia à semelhança da peça "A Folia" ter tirado mais partido da magia imensa da Quinta da Regaleira, tornando a representação mais dinâmica, aproveitando os vários recantos para representação. Não todos, claro está, mas alargar um pouco o cenário e apesar de dar mais trabalho a nível logístico torna-se muito mais interessante.
Mas acho que este pormenor teve a ver simplesmente com o facto de a peça "Folia" pelo seu conteúdo proporcionar mais cenários.
Não percam, aproveitem, deixem-se levar pela magia...deixo só um conselho para que nada estrague a magia desta noite, não se esqueçam de levar um agasalho porque as noites em Sintra são frias...ah, e já agora, calçado confortável.
www.sainete.com
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